segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O QUE NÃO PODE SER QUE NÃO É


Para o meu malvado favorito.

Como explicar o sentimento que brota no meio dos afazeres diários, assim de repente? Acontece, inevitavelmente, com todos. Assim espero.
E o pior é que você reconhece esse sentimento. É algo íntimo e familiar e eu o defino como saudade do que você nunca viveu.
O que fazer com esse sentimento? Nada, apenas esperar que ele se afaste de você. Esperar que aquele bando de pequenas saudades ganhe vida própria e saia portão afora da sua mente, do seu corpo e da sua memória.
Primeiramente ele bate na sua mente como um carro de fórmula um, firme e veloz, e depois se afasta e como em uma curva perigosa, ele volta e rodopia ao teu redor, tomando o seu corpo e invadindo a sua alma.
Faz ninhada em seu ventre e te faz recordar algo que nunca vivenciou. Te faz melancólico sem saber o porquê.
Você insiste e esfrega os olhos, mas ele continua lá te fazendo recordar o não vivido, o não existente, uma saudade que chega a doer.
E assim, de repente, as atribulações te chamam à realidade e esses sentimentos somem livres e dignos, deixando apenas um vazio dentro de você. Sem dizer adeus, pegam suas malas e saem porta afora.
E, então você pode respirar novamente. Você já pode vivenciar a rotina cotidiana. Afinal, era apenas uma saudade. Saudade do que você nunca vivenciou. Saudade do que poderia ter sido. Saudade do que poderia ter vindo a ser. Saudade de tudo e do nada. Saudade daquilo tudo que não veio, mas que deixou um vazio.



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