Para o meu malvado favorito.
Como explicar o sentimento que brota no meio dos afazeres
diários, assim de repente? Acontece, inevitavelmente, com todos. Assim espero.
E o pior é que você reconhece esse sentimento. É algo íntimo
e familiar e eu o defino como saudade do que você nunca viveu.
O que fazer com esse sentimento? Nada, apenas esperar que
ele se afaste de você. Esperar que aquele bando de pequenas saudades ganhe vida
própria e saia portão afora da sua mente, do seu corpo e da sua memória.
Primeiramente ele bate na sua mente como um carro de fórmula
um, firme e veloz, e depois se afasta e como em uma curva perigosa, ele volta e
rodopia ao teu redor, tomando o seu corpo e invadindo a sua alma.
Faz ninhada em seu ventre e te faz recordar algo que nunca
vivenciou. Te faz melancólico sem saber o porquê.
Você insiste e esfrega os olhos, mas ele continua lá te
fazendo recordar o não vivido, o não existente, uma saudade que chega a doer.
E assim, de repente, as atribulações te chamam à realidade e
esses sentimentos somem livres e dignos, deixando apenas um vazio dentro de
você. Sem dizer adeus, pegam suas malas e saem porta afora.
E, então você pode respirar novamente. Você já pode
vivenciar a rotina cotidiana. Afinal, era apenas uma saudade. Saudade do que você
nunca vivenciou. Saudade do que poderia ter sido. Saudade do que poderia ter
vindo a ser. Saudade de tudo e do nada. Saudade daquilo tudo que não veio, mas
que deixou um vazio.
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